Você certamente já ouviu falar em doenças da tireoide (hipotireoidismo e hipertireoidismo), não é mesmo? Mas você sabia que doenças da tireoide estão entre as doenças endócrinas (doenças provocadas por disfunções hormonais) mais prevalentes do mundo, ao lado de doenças como diabetes, osteoporose e obesidade? O hipotireoidismo, doença caracterizada pela diminuição dos níveis de hormônios tireoidianos presentes na circulação sanguínea, perde apenas para o diabetes no título de doença endócrina mais prevalente! Pacientes com hipotireoidismo apresentam uma série de sinais e sintomas que podem não só prejudicar a sua qualidade de vida, como também favorecer o desenvolvimento de outras doenças crônicas. E um dos órgãos que mais sofre com a falta de níveis adequados dos hormônios tireoidianos é o coração.
Estudos demonstram que o hipotireoidismo é um fator de risco para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca e está associado ao aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares. Além disso, pacientes com disfunção cardíaca costumam apresentar alterações nos mecanismos de ação dos hormônios tireoidianos, ainda pouco compreendidas. Dessa forma, estudos voltados para a investigação da ação dos hormônios tireoidianos sobre o coração são extremamente importantes, visto que doenças cardiovasculares são uma das principais causas de óbitos à nível mundial.
Em nosso laboratório, buscamos compreender o impacto do hipotireoidismo sobre a resposta metabólica do coração, uma vez que o coração depende de suprimento energético adequado para sustentar o seu padrão de contração e, dessa forma, exercer apropriadamente o seu papel de bombear sangue para todo o corpo. Acreditamos que a falta dos hormônios tireoidianos possa comprometer a capacidade do coração de responder e de se adaptar à condições metabólicas adversas, como o jejum. Assim, estudamos parâmetros celulares e moleculares do coração de ratos hipotireoideos submetidos ou não à condição de jejum, e comparamos com animais saudáveis.
Este estudo faz parte do projeto de doutorado da aluna Juliana Romão, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas da UFF.