Agrotóxicos

O produto utilizado para controle de pragas e doenças nas lavouras é conhecido mundialmente como pesticida (pesticides, em inglês). O Brasil é o único que adotou uma nomenclatura própria para o produto: agrotóxico.

Os agrotóxicos são substâncias que controlam, destroem ou previnem o desenvolvimento de agentes deletérios a plantas, a animais ou a pessoas. A utilização desses componentes no Brasil é ampla, principalmente na agricultura e representa o maior consumo do mundo desde 2008, tendo seu mercado expandido em 190% na última década. A utilização massiva é permitida pela fragilidade de fiscalização do cumprimento das leis que a regulamentam e pela liberação de produtos proibidos em muitas regiões. Os impactos causados por essa prática são complexos e abrangem prejuízos à saúde humana, ao equilíbrio ambiental e à segurança alimentar e nutricional.

Em alguns estudos, foi verificado prejuízo destes componentes à biodiversidade de insetos, à água, ao solo e aos peixes, modificando seu habitat, bem como a rápida disseminação dos agrotóxicos no meio ambiente, podendo contaminar rios e mares, além da flora aquática, podendo ser tóxicos a algumas espécies.

Além disso, a produção e a qualidade dos alimentos pode ser prejudicada por essa prática, já que foram observados resíduos de agrotóxicos acima do nível permitido em vegetais e frutas.

A respeito dos impactos negativos dessas substâncias na saúde humana, verificou-se que, entre 1999 e 2009, foram registrados aproximadamente 10 mil casos de intoxicações por agrotóxicos na região Nordeste. Além disso, um estudo observou os riscos ocupacionais dos trabalhadores rurais expostos aos agrotóxicos, uma vez que a maior prevalência desses casos é do sexo masculino. Os danos relacionados à exposição crônica envolvem desde alterações de estruturas e do funcionamento celulares, até transtornos mentais, dificuldades respiratórias, dores de cabeça, ansiedade, dores musculares, depressão, maior chance de cometer suicídio, entre outros. Sabe-se, também, que a exposição continuada a agrotóxicos pode estar relacionada a alguns tipos de câncer e que pode promover alterações hormonais, reprodutivas e hepáticas, bem como permitir a presença de resíduos de agrotóxicos, detectados em amostras sanguíneas de alguns doadores de sangue.

Como reduzir a chance de ingerir agrotóxicos nos alimentos?

Se você deseja retirar os agrotóxicos dos alimentos que compra, saiba que não existe um método 100% eficaz para isso. Porém, técnicas caseiras podem diminuir resquícios, mas é impossível retirar tudo. Isso porque existem resíduos que podem estar dentro do organismo das frutas e hortaliças.

Dicas: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que se opte por alimentos que tenham a identificação do produtor no rótulo. Além disso, a orientação é, sempre que possível, adquirir alimentos de agricultores orgânicos (que não usam produtos químicos), assim como os chamados alimentos “da época” (safra), que costumam receber, em média, carga menor de pesticidas. No caso das carnes bovina, suína, de porco e peixe, e do leite, o único método para garantir uma ingestão menor de resíduos de medicamentos veterinários, se eles estiverem presentes, é por meio do cozimento.

Visualmente, não dá para detectar a presença de agrotóxicos em frutas e hortaliças. Nenhuma característica da casca pode garantir se aquele produto está com resíduos de agrotóxicos ou não. Portanto, não é possível determinar um fruto que tenha resíduos apenas na casca ou apenas na polpa. Também não dá para detectar resíduos de agrotóxicos pelo paladar ou pelo cheiro dos alimentos.

Fonte: Lopes, Carla; Albuquerque, Guilherme, 2018. Agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e ambiental: uma revisão sistemática.

Pereira, Reobbe et al, 2019. O impacto dos agrotóxicos sobre a saúde humana e o meio ambiente.

Se ligue nesse estudo!

Publicado: outubro de 2019.

Laboratório de Fisiologia Endócrina e Metabologia

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