Os adoçantes ou edulcorantes são substâncias químicas que podem ser tanto artificiais quanto naturais. Os edulcorantes têm como característica o poder de adoçar cerca de até 800 vezes mais que o açúcar comum de mesa, a sacarose.
A maior parte dos adoçantes não consegue ser quebrado pelo nosso corpo, isso significa que ele passa pelo nosso sistema digestivo sem liberar calorias. Por esse motivo, o adoçante teria benefícios principalmente para os diabéticos, já que teoricamente eles não interferem no nível de açúcar no sangue e no hormônio insulina.
A Food and Drug Administration (FDA) aprovou o consumo dos acessulfame K, luo han guo, neotame, aspartame, sacarina sódica, estévia e sucralose. Todos esses edulcorantes foram submetidos à rigorosa análise, mostrando-se seguros quando consumidos pelo público em geral, inclusive por pessoas com diabetes e mulheres durante a gestação, quando a ingestão diária aceitável (IDA) é respeitada.
No entanto, estudos mais recentes tem demostrado que certos edulcorantes podem trazer malefícios ao metabolismo humano. Existe um conjunto de evidências, de vários pesquisadores, de que os animais cronicamente expostos a qualquer um dos vários edulcorantes – incluindo sacarina, sucralose, acessulfame potássio, aspartame ou a combinação de eritritol + aspartame, exibiram uma ou mais das seguintes condições: aumento do consumo de alimentos, aumento do ganho de peso, maior porcentagem de gordura corporal, aumento da insulina entre outros fatores, em comparação com animais expostos à água pura ou, em muitos casos, mesmo para alimentos ou líquidos adoçados com calorias.
Logo, o uso dos edulcorantes deve ser prescrito ou orientado por médicos ou nutricionistas em casos específicos, como a Diabetes Mellitus.
A solução seria a reeducação alimentar e o treinamento do paladar para não adoçar bebidas e outras preparações. Caso seja necessário, pode se utilizar o açúcar em pequenas quantidades. A FAO (Food and Agriculture Organization) diz que uma alimentação balanceada pode ter até 10% da sua necessidade energética diária em forma de açúcar simples e sem apresentar nenhuma complicação ao organismo.
Fonte: Lertrit, A., Srimachai, S., Saetung, S., Chanprasertyothin, S., Chailurkit, L., Areevut, C., … Sriphrapradang, C. (2018). Effects of sucralose on insulin and glucagon-like peptide-1 secretion in healthy subjects: A randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Nutrition, 55-56, 125–130.
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Publicado: maio de 2020.